terça-feira, 2 de outubro de 2012

Aquelas Conversas

Entre recibos, ingressos, cartões, notas e moedas, embalagens vazias e potes sujos, busco aquela caneta bic preta velha que achei acidentalmente um dia para escrever.
Sinto falta daquelas nossas conversas existenciais.
O dia passa rápido e agitado.
À noite, tédio sem fim.
Não por falta do que fazer, mas por falta de vontade de fazê-lo.
De dia não sobra tempo para por as ideias no lugar.
À noite, a cabeça parece que fica vazia. Apenas acompanha o ritmo das músicas setentistas que ouço.
Sinto falta daquelas nossas conversas estranhas de manhã.
De questionar a mim e a você existencialmente.
Você não é só uma. São as várias faces que a tecnologia me apresentou.
Faces que dificilmente verei ao vivo e a cores.
Mas que guardo com carinho na bagunça organizada que são minha mente e meu coração.
Tal como meu quarto, em meio a tanta tralha, sempre sei em que montinho está o que procuro.
O problema é que nunca acho quando preciso sair e já estou atrasado.
Preciso lavar roupa, limpar o quarto, adiantar os trabalhos.
Ao invés disso, escrevo sobre nada, querendo sua companhia virtual para me tirar do tédio em que eu mesmo me meti.
E agora, enquanto a música e o espaço na folha acabam, me despeço. Ansiando que durma cos anjo e que amanhã possamos ter mais uma daquelas nossas conversas existenciais.

2 comentários:

  1. Até as pessoas que nunca estiveram presentes fazem falta (e muita).

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  2. Tirando a parte em que "À noite, a cabeça parece que fica vazia." também me identifiquei muito com esse post!
    E gostei do jeito que escreves (:

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